O professor Marcos Aurélio Vasconcelos Freitas, coordenador do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG) da Coppe/UFRJ, participou do primeiro workshop “Algicultura na Baía de Ilha Grande: Diálogos, Ação e Conexão”, promovido pelo projeto de extensão Algicultura e Desenvolvimento Territorial Sustentável da UFRJ.
O evento teve como objetivo reunir os agentes que atuam nesse ecossistema, ouvir suas demandas, propor ações e criar conexões para o cultivo de algas (algicultura) na região e contou com patrocínio da Faperj e da Prefeitura de Paraty. Na oportunidade houve a formatura da primeira turma do projeto de extensão.
A UFRJ, por meio do Programa de Extensão “Tecnologia Social e Ciências do Mar” e o projeto “Algicultura da Baía da Ilha Grande”, contribui com a formação desta nova cadeia produtiva a partir da capacitação com o curso “Algicultura e Desenvolvimento Territorial Sustentável”, sob orientação da professora Ana Lúcia do Amaral Vendramini. A iniciativa visa o fomento do cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii na Baía da Ilha Grande, qualificando a mão de obra para atuar nesta cadeia produtiva. Além disso, tem o propósito de aliar o desenvolvimento social com a preservação ambiental, respeito e valorização das comunidades tradicionais locais e incentivo às atividades econômicas advindas da macroalga para fomentar o tripé da sustentabilidade.
Nos últimos anos a produção total de pesca e aquicultura alcançou um recorde de 214 milhões de toneladas em 2020, incluindo 178 milhões de toneladas de animais aquáticos e 36 milhões toneladas de algas, em grande parte devido ao crescimento da aquicultura, especialmente na Ásia. Seu cultivo que não precisa de qualquer tipo de insumo químico, sendo realizado em água salgada, não competindo com outras atividades produtivas.
Nesse contexto, o Brasil com seus 8 mil km²de área oceânica sob sua jurisdição apresenta um grande potencial para a algicultura. A região da Baia da Ilha Grande recebeu autorização do Ibama para o cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii. Dos municípios da região, a cidade de Paraty, com suas águas cristalinas, tem atraído cada dia mais agentes da cadeia produtiva da algicultura. De acordo com a professora Ana Lúcia, esse mar de oportunidades trará, além dos benefícios ambientais como captura de carbono, inúmeras opções para essa bioeconomia em setores como o agrícola, pecuário, farmacêutico, cosméticos e até mesmo combustível, gerando oportunidades de desenvolvimento econômico, geração de empregos e renda para região.
A quantidade destinada ao consumo humano (excluindo algas) foi de 20,2 kg per capita, mais que o dobro da média de 9,9 kg per capita, na década de 1960. Em valores, o comércio internacional gerou em produtos cerca de US$ 151 bilhões em 2020, abaixo do recorde de US$ 165 bilhões em 2018, principalmente devido ao surto de Covid-19.
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